Conto de terror premiado com publicação na Espanha vai virar filme em Patos de Minas

“Quando O Presidente Comeu Minha Mãe”: O estranhamento causado pelo título é intencional, e chama a atenção de quem entra em contato com a obra pela primeira vez. Mas ao contrário do que possam pensar os mais maliciosos, a história não fala sobre casos amorosos de uma mãe, mas sim sobre políticos comendo carne de cadáver.

O curta-metragem, que tem estreia prevista para julho de 2024, é sobre Renato, um churrasqueiro que perde a mãe durante uma pandemia. Sem recursos para enterrá-la, o personagem guarda o cadáver no freezer de carnes. A situação se deteriora até o ponto em que ele decide cometer um ato extremo de justiça social: servir a carne da defunta para o presidente da república. Porém seu gesto de retribuição não termina como o planejado. 

A autoria é de Helvécio Furtado Júnior, escritor e cineasta patense. O conto original logrou méritos técnicos, como a publicação na revista Historias de La Ciencia Brasileña, da Universidad de Salamanca, na Espanha. O reconhecimento motivou o autor a adaptar a narrativa para o cinema, num roteiro que também obteve êxitos: foi finalista do 5º CinePitch, promovido pela SPCine, e participou também do BRLabs, edição Santa Catarina.

Helvécio Furtado Júnior/Acervo Pessoal

Em entrevista ao Jornal de Patos, a professora do curso de cinema da Universidade Federal de Santa Catarina, Marta Correa Machado comentou sobre a obra: "Sou professora de cinema, Doutora em Administração Pública, e posso afirmar categoricamente que o dinheiro está sendo bem empregado”. Questionada sobre o título capcioso, comentou: “O equivoco está na cabeça das pessoas, porque na verdade o filme não fala de sexo. A própria palavra comer não tem um sentido necessariamente ligado ao sexo, e o roteiro não passa pelo viés sexual da palavra comer”.

O curta-metragem aprovado prevê recorde de contratações: no total, serão gerados 45 empregos diretos no segmento cultural, entre atores, diretores e apoio técnico. Helvécio se diz grato pela oportunidade de atuar criativamente no município, e está otimista em relação ao futuro. O título ousado, segundo ele, é estratégico: “A gente brinca com as palavras e pega carona no duplo sentido, mas é pra chamar a atenção do público”.  Sobre o teor de horror cômico do texto, diz: “Precisamos falar sobre a dor e o luto resultantes da pandemia. Precisamos lidar com esses sentimentos, nem que seja na base do riso, como dizia Paulo Gustavo”.

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2 Comentários

  1. Parabéns!!!! 👏👏👏👏

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  2. Escroto, comendo nosso dinheiro igual vaca comendo capim. Ato totalmente ideológico usando dinheiro público. Dinheiro fácil é matula de malandro.

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