Por Isadora Tavares
Imagem: Glenn Carstens-Peters/Unsplash
Da janela
Navego
Pisca o farol feito guia
Vulto anunciado
E que medo possuía
Que com meus olhos
Semicerrados
Não dissipa a neblina
O que ei de fazer
Senão recostar na poltrona
Vazia – a poltrona e eu
Encho-me de estopa
Enfiada goela abaixo
Estopim para criar
Oração para enxergar
Almas e lugares
A visão embaçada
Desanuvia quando te vejo
A medida disso aqui
É o quanto a terra embebe a água
Janeiros frios e úmidos
Meu interior cheira a mofo
Mas ninguém sente senão eu
Limpo, limpo, limpo
E não sai
Impregna-se
Tal qual a presidência doentia
Onde começa não termina
E morre no meu peito
Pingos d’água encharcam meu coração
Aguardada lufada de ar puro
Quem sabe em fevereiro
Isadora Tavares é redatora, jornalista e poeta nas horas vagas.
🦆
Apoie o jornalismo independente colaborando com doações mensais de a partir de R$5 no nosso financiamento coletivo do Catarse: http://catarse.me/jornaldepatos. Considere também doar qualquer quantia pelo PIX com a chave jornaldepatoscontato@gmail.com.
2 Comentários
Isadora! Sua poesia é lindíssima. Continue sempre produzindo ❤️
ResponderExcluirPorrada!
ResponderExcluirObrigado por comentar!