Veludo nas cordas
Bocejo nas morgas
Solfejo nas prosas
Ela faz
Covinhas no riso
Cachinhos no liso
E um chão de granizo
Só quando preciso
Ela invoca
A dama do manto
A reza num canto
Fumaça de santo
Na cura de um pranto
Ela dobra o céu em seu polo
A cabeça em meu colo
Ela dobra o meu solo
Ela abre
O mar sem cajado
O caminho vedado
Meu peito selado
Ela pinta
Um esbouço do espirito
Um desenho tão lírico
Que me abre um delírio
Ela cabe
Da cabeça ao pé
Aonde ela quiser
Mas eu sigo esperto
A mantê-la por perto
Natural de Vazante, Igo Maia residente em Patos de Minas desde 2019, é músico e compositor e trata a poesia como uma religião.
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