Afaste-me de ti
Ou melhor, afastei-me de ti
Tomar decisões é pra quem suporta
A mente diz que sim, e o coração discorda
Vamos nos afastando de quem gostamos
E quando percebemos estamos sozinhos
Até que um novo ciclo se inicia
Somos só um pássaro sozinho no ninho
Almejando novos vôos
Novas amizades, novos ciclos, novos amores
E quando a ficha cai de que a vida é um show de horrores
Percebemos que nem tudo são flores
Afaste-me do que me faz bem
Decisões tomadas quando convém
Sem pensar se faz mal ou bem
Mas se parar pra pensar um ciclo é um vai e vem
Ultimamente só vai
Não vi ele voltando
Vi vocês se afastando
Já me peguei chorando
Percebendo e imaginando
Que coração e mente sempre em conflito tão entrando
E pensando no tempo
Acho que se afastar virou meu passatempo
E quando percebemos
Somos apenas desconhecidos de quem já conhecemos
A decisão tomada ontem faz bem
A consequência vinda hoje nem tanto
No fundo sabemos que vai fazer mal
Só não imaginamos o quanto
Afasta-me de ti
Afastei-me do que um dia prometi
E por mais que eu escreva essa daqui
As promessas não têm sentido
Afinal, há quem prometi não está aqui
Mas não foram em vão
O momento, o tempo, a intensidade, a experiência
Sei lá, não sei explicar
Se nem eu consigo entender, quem dirá a ciência
Se afastar às vezes é necessário
Se sentir só é consequência
Rodeado de pessoas
Esse cara é popular
Fala isso pra minha inconsciência
Brisas me atormentam
E me fazem pensar assim
Meu inconsciente grita
Afaste-me de mim
Felipe Duarte tem 22 anos e é poeta e slammer. Formado em Ciências Contábeis, escreve poesias sobre militância, questões raciais e sociais desde 2017.
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