A aranha

Por Rubens Alves Veríssimo


Um aracnídeo anda pelo chão do quarto
e constantemente cuida seus olhos em mim
e seu olhar é como um horrível parto
de uma história épica que só conta o fim.

Que grotesco passeio faz esse inseto!
É indiferente às minhas pragas
e, quando o blasfemo, joga uma teia ao teto
brincando num vai-e-vem com minhas mágoas.
Brinca inseto, que tua hora não tarda!

Incitado pela ira peguei do chinelo
tentei acertá-lo mas fugiu, o covarde,
foi mais para o canto da parede, e a olhar-me,
riu-se de mim à vontade.
Ria inseto, teu remorso há de matar-te.


Rubens Alves Veríssimo é funcionário público, músico e estudante de Biotecnologia pela Universidade Federal de Uberlândia

🦆

Apoie o jornalismo independente colaborando com doações mensais de a partir de R$5 no nosso financiamento coletivo do Catarse: http://catarse.me/jornaldepatos. Considere também doar qualquer quantia pelo PIX com a chave jornaldepatoscontato@gmail.com.

Postar um comentário

1 Comentários

Obrigado por comentar!