Este poema precisa ser descrito
excepcionalmente numa manhã de domingo.
Mas, se possível não for,
‘inda cabe numa segunda com esplendor.
Quem costuma transitar
pela Severino de Almeida,
volta e meia já deve ter visto,
o solene personagem
que aqui será descrito.
São 8 horas e o sol brilha
em toda Patos de Minas.
Do interior de um Pássaro Branco,
observo o colorido lá fora.
Aquela figura caricata
sempre me chamou atenção.
Já que pego a viação
todos os dias para laborar
e passo exatamente pelo ínfimo lugar.
Há tempos que vejo um homem de pé,
recostado por detrás das grades.
Ele tem um ar de menino
com a sombra da meia idade.
Eu acho que o velho garoto
tenta adivinhar,
o que se passa na vida
de cada pessoa
que está a observar.
Neste caso em específico,
pela janela do ônibus fito,
uma cena que merecia ser capturada,
pelas lentes de Agostine Braga.
Refiz um antes e depois mental daquele momento.
Porque, há poucos meses eu via
o semblante por trás do rosto macilento;
E só hoje me dei conta, que uma máscara de proteção,
impedia agora essa visão.
Porém, de tão trivial a cena,
foi preciso dias a fio
para minha total compreensão.
“Estamos em Pandemia, ainda”.
Não te julgo homenzinho,
por qualquer que seja a sua intenção.
Eu mesma, plena das minhas faculdades mentais,
já inventei ao menos 20 histórias
para cada transeunte.
Enquanto passageiros
desciam
e embarcavam
na minha imaginação.
Isadora Tavares é redatora, jornalista e poeta nas horas vagas. Também é aluna do Curso Livre de Formação de Escritores pela Editora Metamorfose.
2 Comentários
Muito Bom!! Parabéns!!!
ResponderExcluirObrigada!!!
ExcluirObrigado por comentar!