Por Teófilo Arvelos
de mim fizeram fogueira viva,
como queimaram viva
a santa joana d’arc.
como a mesma igreja que chamou
joana d’arc “herege”, e a queimou,
séculos depois a fez santa,
a humanidade a mim, que sou planta,
hoje me insulta, e amanhã me suplica.
hoje me sepulta, e amanhã me fabrica.
mas não consegue fazer-me, senão
extrair-me e transformar-me em, na mão,
um papel e um lápis de madeira,
com os quais um menino, sobre a cadeira,
desenha ao pai uma árvore verde,
do dia em que as árvores eram verdes.
quisera eu ter conhecido um menino.
Teófilo Arvelos é aluno do Instituto Federal do Triângulo Mineiro e autor dos livros de poesia Parnaso e Lágrima.
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2 Comentários
Parabéns!👏👏👏
ResponderExcluirMuito bom!!!!
ResponderExcluir👏👏👏👏👏👏
Obrigado por comentar!